Papa alerta contra "submissão às leis do mercado"

O papa Bento XVI alertou hoje contra as "armadilhas" da passagem à "modernidade", entre as quais a "submissão incondicional às leis do mercado ou da finança".
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"A modernidade não deve assustar-nos, mas não pode ser construída sobre o esquecimento do passado", sublinhou o papa num discurso à chegada ao Benim, na sua segunda viagem em África.

Bento XVI recomendou uma transição para a modernidade com "prudência, evitando as armadilhas (...) por exemplo a submissão incondicional às leis do mercado ou da finança, o nacionalismo ou o tribalismo exacerbados e estéreis que se podem tornar mortíferos".

Assim como "a politização extrema, as tensões inter-religiosas em detrimento do bem comum ou, ainda, a erosão dos valores humanos, culturais, éticos e religiosos".

Ao iniciar a sua visita de três dias ao Benim, terra de vudu e fé católica, Bento XVI homenageou os "chefes tradicionais", sublinhando o seu papel na passagem à modernidade.

"A sua contribuição é importante para construir o futuro desde país. Quero encorajá-los a contribuírem com a sua sabedoria e conhecimento dos costumes para a delicada transição que ocorre actualmente entre a tradição e a modernidade", disse.

O papa vai assinar e entregar a delegações de bispos de todo o continente uma "exortação apostólica" saída do sínodo africano de 2009.

Sob o nome latino de "Africae Munus" (o compromisso de África), visa promover um maior envolvimento da Igreja africana nos problemas dos países, quando não faltam os desafios como o desenvolvimento desigual, a corrupção, o enfraquecimento dos poderes tradicionais, a concorrência das Igrejas pentecostais e, por vezes, relações difíceis com o Islão.

O papa estará sábado em Uidah (40 quilómetros a oeste de Cotonu), cidade costeira e centro do culto animista do vudu, onde assinará a exortação apostólica, que entregará no dia seguinte aos bispos reunidos em Cotonu.

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